Sonntag, 17. Juni 2012

A análise dos sonhos (Parte III)



Sonhos prospectivos

A função do inconsciente considera-se relativada aos efeitos da consciência, mas também a consciência pode passar a estar relativada à intenção do inconsciente. Neste último caso o inconsciente torna-se um guia, construtor, formador da psique e a consciência deveria escutar as suas mensagens já que são conteúdos que podem ter uma importância vital superior.

Não só temos que entender os fenómenos do inconsciente desde um ângulo donde a consciência se manifesta como uma instância que tem propósitos diferentes e contraditórios à finalidade do inconsciente, que como já o mencionei em outros artigos esta dualidade produz a doença psíquica.

Neste sonho apresenta-se claramente a característica guiadora do inconsciente com respeito a um conflito interior: Por exemplo, na invenção da máquina de costurar, Elias Howe após muitas tentativas para descobrir a solução para que não se rompesse o fio da máquina, sonha que é preso por homens aborígenes que o querem matar, precatando-se que eles têm lanças onde se encontra um orifício nas pontas. Ao acordar cai em conta que as agulhas das suas máquinas deviam de ter um orifício na ponta e dessa maneira não se romperia o fio.

O inconsciente devido a sua capacidade de recopilação e perceção de tantos dados, experiências, circunstâncias do passado e presente e que a consciência não os retém ou elabora, está em melhor capacidade que a consciência para encontrar caminhos de solução a qualquer problema podendo por isso prognosticar um facto, por isso se torna numa instância guiadora.

Quando a atitude consciente é levemente separada dos desejos do inconsciente então a psique cria sonhos compensadores, mas quando esta diferença se torna muito grande, a sua solução tem um carácter vital, já que a consciência neste exemplo está mal adaptada às condições globais do indivíduo, então a função onírica transforma-se em prospectiva.

Jung relata o sonho bíblico de Nabucodonosor o qual vai indicar o futuro dele:

"Via uma árvore de tronco sumamente forte e copa grande que se estendia no céu, debaixo da sua sombra posavam-se animais selvagens. Do céu baixou um emissário para cortar a sua copa. A árvore tinha que ficar só no seu tronco e eu devia viver a rás da terra como as bestas, ademais, o meu coração de homem devia ser mudado por um de besta..."
O delírio de grandeza de Nabudoconosor evoluiu para uma destruição mental.

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