Montag, 17. März 2014

A depressão segundo C. G. Jung

A depressão é um problema atual quase comum, como o nome indica, é uma pressão para adentro por isso é  um estado introvertido.
Dá-se porque numa situação difícil da vida, em que era necessário uma reação externa a pessoa amputa a sua capacidade de ação, reprimindo a sua força, com outras palavras canaliza a energia que deveria dirigir-se para o exterior, para dentro, transformando-se esta numa força destrutiva e não construtiva. Em vez de se dar a "ex-pressão" dá-se a "de-pressão".
Carl Gustav Jung, no seu livro "a vida simbólica " , Volume 18/1 conta-nos que atendeu uma mulher com depressão, diagnosticada  no hospital psiquiátrico , onde ele trabalhava, baixo psicose depressiva. Sua filha pequena tinha morrido com febre tifoide. Mas essa não foi a causa direta da sua doença. Jung descobriu através do teste de associação livre de ideias, que ela na sua juventude, amou um homem de prestígio no seu povo. Por inconvenientes da vida ela nunca mostrou esse amor. Casou-se com outra pessoa, com quem teve dois filhos. Um amigo depois de algum tempo disse-lhe o quanto estava desiludido o seu verdadeiro amor por não se ter casar com ele. Depois disso ela colocou os seus dois filhos na banheira sabendo que a água dessa cidade estava contaminada. Deixou que os filhos a bebessem e como consequência a filha morreu de uma infeção
. Jung ao esclarecer as suas intenções e atos homicidas perante os seus filhos, em poucos dias, ela saiu da sua psicose depressiva e foi para casa.


O confronto com a verdade, mesmo que seja doloroso, é curativo. Se bem que esta paciente não vá solucionar o sentimento de culpa e tristeza, ela encontrou um laço com a consciência que permitiu, pelo menos, elaborar e entender a sua depressão e, portanto, nunca mais caiu na psicose, a qual se manifesta pela perda de contacto com a realidade.
Mas a depressão, temos que entendê-la desde os seus dois lados , inicialmente geralmente tem uma etiologia psicológica simbólica, mas também pode dar-se por uma alteração  profunda do sistema nervoso simpático.
Então vemos, por exemplo, em casos de esgotamento mental por excessivo estresse ou trabalho. Aqui deveríamos perguntar-nos sobre a situação psicológica que levou a pessoa a compensar um especto da sua vida com excesso de esforço e rendimento no seu trabalho.

Jung também nos diz no seu livro " A vida simbólica " , página 879 que no  processo de crescimento interior , indicar uma verdade a qual até esse momento se omitia, pode produzir depressão . Este processo é parte do caminho de individuação. É assim, por exemplo, que uma pessoa que baseou a sua felicidade em qualidades pessoais exaltadas que não as tinha, na verdade, ou em histórias criadas de amor, criações fantásticas que ao confrontar-se a com realidade pode cair em depressão.

Quando uma pessoa perde peso também podem sofrer de depressão. Por isso as dietas maravilhosas na maioria dos casos não têm bons resultados se não estiverem acompanhadas por um processo psicoterapêutico. Eu coloco o problema do excesso de peso desde a sua origem, como a maneira errada de se relacionar com uma angústia interior por meio de uma alimentação excessiva e até mesmo nociva.

A depressão é um estado psíquico que ao ser elaborado corretamente ajuda ao paciente no seu caminho de individuação. É necessário observar o estado depressivo, este produz uma regressão e introversão involuntária, dá-se uma reminiscência do passado, é um fator endopsíquico. Jung fala-nos disto no seu livro símbolos de transformação, página 513.
Realiza-se uma transferência com o passado, produzida por uma depressão no presente. Este é um fenômeno  compensatório inconsciente o qual tem que ser conscientizado para se encontrar a cura.