Dienstag, 23. April 2013

O paradigma português


Sob o ponto de vista da Psicologia Junguiana
(escrito por Ricardo Holland, direitos de autor)

Um povo que luta por se identificar como nação na procura da sua singularidade portuguesa. Sempre a água localizada à sua frente tornando-se parte de um elemento principal, uma ponte viva, como o é um vaso comunicador da pele com o mundo. Esta ponte não só trouxe riqueza. Vasco da Gama, o herói sublimado por Luís de Camões, deixou com a sua conquista, uma herança portuguesa, foi a descoberta tão ansiada, abrir uma rota que perdurasse sempiternamente, um legado para todos os tempos e gerações, criar o símbolo Português, "as velas".
Monumento aos Descobrimentos, Lisboa, Belém
Sucedeu uma tragédia que deixou marcas nas almas, Dom Sebastião perdeu-se na luta a favor da nação, mas em algum dia de nevoeiro voltará, segundo o mito português proclamado por Fernando Pessoa.

Quantas pessoas ficaram na neblina quando perderam os seus filhos, pais, na guerra do Ultramar, nas conquistas de outrora, nas tormentas dos oceanos. Fechou-se a brecha entre a realidade e ilusão, abriou-se  a comunicação com os espíritos do além. Na fuga da dor separou-se o homem do real, serviu para apaziguar o sofrimento e para fugir da ansiedade. Foi um pseudo caminho, afastou-se de si mesmo.

MAR PORTUGUÊS
Ou mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ou mar!

Fernando Pessoa "Mensagem"

O Cabo da Boa Esperança tornou-se um passo simbólico ao êxito através de atravessar situações adversas e complicadas da vida. Mas, como será possível navegar um veleiro com psicofármacos através das águas torrentosas e exigentes da vida? Aquele grande navegador, Vasco da Gama, com a sua intuição e capacidade de desafiar as ondas gigantes e redemoinhos perigosos, desafiando os caprichos da natureza do Cabo da Boa Esperança. Tinha um equilíbrio, que lhe permitiu relacionar-se em harmonia com as forças do mar e o seu próprio mundo interior, a sua alma.

O que se passou com a alma portuguesa, quando muitos heróis que se lançaram à conquista de terras longínquas, inéditas. Aqueles que voltaram do estrangeiro com bem-estar económico, aposentações e casas, com os seus projetos conquistados.

Eu só sei dos portugueses que vêm a minha consulta para crescer, muitos chegam  com comprimidos, muitos deles sofrem do vazio irreparável de abandono, a desintegração da identidade familiar. Vazio que deixaram nos seus filhos, quando os pais foram substituídos pelos avôs, tios ou irmãos. A separação produziu um grande sentimento de abandono, de falta de amor. Deu-se uma separação interior na alma. Em momentos decisivos da infância, o menino criou pais fantasmas para compensar a falta deles, como o povo português criou o mito da volta do Dom Sebastião, a esperança de que em algum dia de neblina chegarão os pais convertendo-se numa desilusão interminável quando chocam com a realidade, a ilusão caída de seres que nunca voltaram, como Dom Sebastião.
Para muitos Portugueses o que foi o caminho da conquista, o epopeico tornou- se para outras gerações na separação. Como a velas de uma Caravela, a que separa o mundo em dois. A vela torna-se não só no símbolo das conquistas mas também da separação, abandono o morte

É o caminho terapêutico confrontando a realidade sem comprimidos, mesmo que seja a través da dor, que vai unir o que foi separado. Essa é a verdadeira conquista, a conquista de si mesmo. (Ver: por um Portugal saudável e desperto.)



Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem de passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa, "Mensagem"

"O povo português é um dos que mais psicofármaco consome no mundo. Fala-se inclusive que o 23% da população sofre de alterações mentais. É o primeiro consumidor de antidepressivos da Europa e onde existem maiores doenças mentais.  A Comissão Europeia divulgou os resultados do último Eurobarómetro sobre Saúde Mental - que indicam que os portugueses são os maiores consumidores de antidepressivos da União Europeia (UE)."

Freitag, 19. April 2013

El Paradigma portugués



Bajo el punto de vista  de la Psicología Junguiana
 (escrito por Ricardo Holland, derechos de autor) 



Monumento a los Descubrimientos, Lisboa
Un pueblo que lucha por identificarse como nación en la búsqueda de su singularidad portuguesa.  Siempre el agua ubicada a su frente tornándose  parte de un elemento principal, un puente vivo, como lo  es  un  vaso comunicador de la piel  con el mundo. Este puente no sólo  trajo riqueza. Vazco de Gama , el héroe sublimado por Luis de Camones y de los portugueses ,    dejó con su conquista,  una herencia portuguesa, fue el  descubrimiento   tan ansiado:  abrir una ruta que perdurase sempiternamente ,  un legado para todos los tiempos y generaciones,  crear  del  símbolo nacional, "las velas".  


Sucedió una tragedia que dejó marcas en las almas, Don Sebastián se perdió en la lucha a favor de la nación, pero algún día de niebla volverá, según el mito portugués proclamado por Fernando Pessoa.  
Cuántas personas  se quedaron  en la neblina cuando perdieron a sus hijos, padres, en la guerra de ultramar, en las conquistas de antaño, en las tormentas de los océanos.  Se cerró la brecha entre la realidad e ilusión y se abrió la  comunicación con los espíritus y el más allá. En la fuga  del dolor se apartó el hombre de lo real, sirvió para apaciguar el sufrimiento y para huir de la ansiedad del abandono.  Creó un peseudo camino.





MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Fernando Pessoa
El Cabo de la Buena Eperança se tornó en el paso simbólico al éxito a través de  atravezar por  situaciones adversas  y  complicadas de la vida. Pero, cómo será posible navegar un velero  con psicofármacos a través en las aguas torrentosas y exigentes  de la vida?   Qué pasó con el alma  del  portugués que se lanzó a la conquista de tierras lejanas, inéditas, en los años de las grandes emigraciones. Aquellos héroes que volvieron del extranjero con bienestar económico, jubilaciones y casas, con sus proyectos conquistados.
Yo sólo sé de los portugueses que vienen a mi consultorio para crecer, aquellos que sufren del vacío irreparable de abandono, la desintegración de la identidad familiar.  Vacío que dejaron en sus hijos abandonados, fueron los padres reemplazados por los abuelos, tíos o hermanos.  La separación produjo un gran sentimento de soledad, de falta de amor. En momentos decisivos de la infancia, el niño creó  padres imaginários para compensar la falta  de ellos,  para luego  sufrir una gran desilusión por no corresponder su imaginación sublimada de la imago paterna con los entes reales, poco conocidos  a la vuelta  de sus conquistas por el mundo.  Los hijos   crean  la esperanza de que algún día de neblina llegarán los padres  convirtiendose en una desilucion interminable cuando chocan com la realidad de concientizar que aquellos son  seres que nunca volveran, cómo Don Sebastián.

Aquel gran navegador, Vaszo de Gama,  con su  intuición y capacidad de desafiar las holas gigantes  y remolinos  peligrosos, desafiando los caprichos de la naturaleza  del Cabo de la Buena Esperanza. Tenía un equilíbrio , que le permitió relacionarse en armonía con las fuerzas del mar y   su proprio mundo interior, su inconsciente.  El Cabo de la Buena Esperanza se torna para muchos portugueses en  el símbolo de  separación  entre dos mundos. La búsqueda de la identificación exterior se torna en la separación interior.  Como la velas de una carabela,  la que separa el  mundo en dos. 
 La separación familiar que  causa  la  crísis  actual que exige del portugués una  búsqueda de su identidad en el mundo,   no debe crear nuevamente   fantasmas  inexistentes  de padres ausentes, en la mente infantil. Esta vez los hijos, las famílias, tienen que atravessar juntos El Cabo de la Buena Esperanza, conscientes y despiertos, confrontando las adversidades de la nueva tierra. Es así que el  símbolo portugués, "las  velas de las conquistas"  se torne en unificador  y no separador.
En el fondo se trata de volver a unir lo que un día fue separado en el alma del niño. Se trata mas bién en vez de conquistar el mundo, primero  el de conquistarse a sí mismo.

"El pueblo portugués es uno de los que más  psicofármacos consume en el mundo. Se habla inclusive que el 23% de la población sufre   de alteraciones mentales. Es el primer consumidor   de antidepresivos de Europa y donde existe mayor enfermedades mentales, según datos de la  consultora IMS Health. La Comisión Europea divulgó los resultados del último   Eurobarómetro sobre Salud Mental - que indica que
los portugueses son los mayores consumidores de antidepresivos de la Unión Europea (UE)."